sábado, 30 de maio de 2015

Laços, Vitor e Lu Cafaggi



O tema do mês do Desafio Literário Skoob é língua-mãe, ou seja, livros escritos originalmente em português. A minha ideia original era ler algum livro africano de preferência, porque gosto de fugir das opções mais fáceis. Mas, como quase sempre acontece com desafios, acabo escolhendo o mais prático para mim. A primeira leitura do mês para o desafio foi Nu, de botas, já que calhou de ser o livro que eu tinha pego na biblioteca no final do mês passado. A segunda foi Laços, uma leitura rápida e compra recente. Tenho comprado muitos livros e lido pouquíssimos deles — talvez eu faça um post explicando sobre isso depois —, e uma história em quadrinhos é uma boa opção para ler em um dia e me sentir um pouco melhor por ler algo da minha estante.

Eu tinha vontade de ler Laços desde o seu lançamento, porque foi bem elogiado e gosto da ideia de ver outros autores contando histórias da Turma da Mônica. O livro conta sobre o sumiço do Floquinho e como a turma se reúne para tentar encontrá-lo, lembrando a importância da amizade e dos laços entre eles.

A história pega bem o espírito da Turma da Mônica, os personagens mantêm as suas características originais. Apesar do foco ser nos quatro principais, que estão na capa, alguns coadjuvantes, como Xaveco e Denise, também aparecem, ou tem pequenas referências a eles. As referências a personagens e a situações clássicas da Turma são uma das partes mais legais do livro. Apesar de ter lido muitos gibis da Turma da Mônica e gostar até hoje das historinhas, não sou a maior fã, li pouco considerando tudo o que tem, então devo ter deixado algumas coisas passarem, mas foi bem legal ver como os autores se empenharam em cada detalhe.

O enredo em si, da parte sobre o sumiço do Floquinho, é o que eu menos gostei no livro. Não achei uma aventura muito empolgante, mas entendo que tinha que ter uma parte de ação para abrir espaço para as partes mais sentimentais.

Quanto à arte, Laços é incrível. Os desenhos são uma graça e gostei da forma que as cores e o estilo separaram as partes do presente das partes do passado. Tirei algumas fotos não muito boas para mostrar:

Para concluir, recomendo bastante a leitura de Laços. Não sei se quem não for apegado à Turma da Mônica (existe quem não goste deles?) vai aproveitar tanto a leitura, mas de qualquer jeito é um livro muito bonito.

Avaliação final: 4/5

P.S.: Não estou sendo a mais frequente das blogueiras nesse ano, e a tendência é piorar. Não sei se vou postar muito a partir de junho, porque estarei mais ocupada. Além disso, estou com várias resenhas atrasadas, que ainda não escrevi, e escrever muito depois de ler faz a qualidade das resenhas piorar ainda mais. Sinto muito por isso, e espero recuperar o ritmo e o ânimo de blogar algum dia, porque tenho várias ideias de post, só falta a vontade e determinação em escrevê-las.

sábado, 16 de maio de 2015

Nu, de botas, Antonio Prata

Nu, de botas

Uma mulher ruiva e muito perfumada me deu um beijo babado na testa e disse que tinha me visto nascer - ela me viu nascer, o seu Duílio me viu nascer, eu devia ter sido parido diante de uma arquibancada, só podia ser.

Todo domingo, quando pego o jornal para ler e me lembro que é dia de crônica do Antonio Prata, fico um pouco mais feliz. Então, não é nenhuma surpresa que eu tenha ido atrás dos livros dele. Nu, de botas reúne histórias sobre a infância do autor, passada principalmente nos anos 80 em São Paulo.

Nas histórias, sempre narradas com olhar infantil — ou pelo menos com o que os adultos pensam que é um olhar infantil —, temos desde acontecimentos mais genéricos, fáceis de criar identificação com o leitor, como o processo de alfabetização e a disputa entre os colegas para ter os melhores brinquedos, até eventos mais únicos, como a conversa com o Bozo.

Tenho mais dificuldade em falar a respeito de livros que não tenham uma única história. Como toda coleção de histórias (são contos? Crônicas?), algumas são mais inspiradas e outras nem tanto, mas mesmo as piores e mais clichês ainda são muito gostosas de ler. Eu terminei o livro com a impressão de que leria até bula de remédio se fosse o Antonio Prata que escrevesse, porque tenho certeza de que ele faria algo divertido com isso.

O livro trouxe uma mistura de agonia (uma agonia causada por quem consegue envolver o leitor de tal modo que ainda penso: por tão pouco ele não ganhou a bicicleta!), vergonha alheia, nostalgia e risadas, muitas vezes ao mesmo tempo. Recomendo a leitura, com certeza.

Avaliação final: 4/5

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Os últimos filmes que eu vi #12

1- Quando eu era vivo (Marco Dutra, 2014)

Quando eu era vivo Filme brasileiro de suspense, e mais importante de tudo, tem a Sandy no elenco! Fiquei curiosa para ver Quando eu era vivo por ser um filme de um gênero pouco comum no Brasil, pelo menos no circuito comercial. Gostei de como o clima de medo foi criado com sutilezas e sem usar recursos fáceis como sustos e monstros, mas não entendi algumas coisas na história e achei o final anticlimático demais. Valeu para matar a curiosidade mesmo, e fiquei com vontade de ler o livro que inspirou o filme, A arte de produzir efeito sem causa, do Lourenço Mutarelli, porque dizem que é bem melhor que o filme — e que os dois são bem diferentes entre si. Avaliação: 3/5

2- Uma longa queda (Pascal Chaumeil, 2014)

Uma longa quedaÉ uma adaptação do livro homônimo, que eu adoro e preciso reler, do Nick Hornby. Eu não tinha planos de assistir, mas meu pai quis ver, então eu assisti junto. O filme é melhor do que achei que seria, prendeu a atenção e não exagerou nem no drama e na comédia. Algumas coisas parecem diferentes do livro, mas como eu não me lembrava direito do enredo, isso não me incomodou. Não costumo me importar com adaptações fiéis, mas se estou com o livro fresco na cabeça, fico comparando demais, então o distanciamento livro-filme foi bom. Avaliação: 3,5/5

3- Ninguém pode saber (Hirokazu Koreeda, 2004)

Ninguém pode saber Filme do diretor de Pais e filhos sobre uma família em que os quatro filhos são abandonados pela mãe no seu apartamento. A mãe simplesmente passa um tempo cada vez maior fora de casa e deixa a responsabilidade para o filho mais velho, de doze anos. Ele não pede ajuda para ninguém, porque sabe que vai se separar de seus irmãos se for para um orfanato ou algo do tipo. É uma história triste, inspirada em fatos reais ainda mais desesperadores, mas o tom do filme não é melodramático, porque as crianças agem com naturalidade na maior parte do tempo. O filme é um pouco lento, mas vale a pena. Avaliação: 3,5/5

4- Álbum de família (John Wells, 2013)

Álbum de família Gosto de filmes com climão, então fiquei curiosa para ver Álbum de família desde o Oscar do ano passado. Mas acabei não gostando tanto do filme, achei exagerado demais, a ponto de ficar pouco natural e inverossímil. Senti que o filme foi feito só para os atores arrasarem e a Meryl Streep ser indicada para mais um Oscar. Talvez eu tenha achado exagerado pelo fato de ser inimaginável na minha família uma reunião do tipo. Talvez seja porque é uma adaptação de uma peça de teatro. Mas, apesar de tudo, prendeu a minha atenção. Avaliação: 3/5

5- Uma história de amor e fúria (Luiz Bolognesi, 2013)

Uma história de amor e fúriaA animação do mês (de janeiro, risos) é brasileira e mostra a história de um casal durante vários períodos históricos do Brasil, começando com o Rio de Janeiro pouco tempo após a “descoberta” do Brasil e terminando no futuro, em 2096, quando a riqueza da sociedade é a água (esse futuro parece próximo, né?). É interessante por mostrar o espírito de luta do povo brasileiro e como, apesar de tantos anos terem se passado, algumas coisas continuam iguais. O filme pode ser didático demais para algumas pessoas, mas não achei isso tão ruim, até porque não manjo muito de história brasileira. Esteticamente, a animação não é do meu gosto, mas tem umas partes muito bonitas. Avaliação: 3,5/5