sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sentimento do Mundo, Carlos Drummond de Andrade

Sentimento do Mundo

Para terminar o Desafio Literário de 2012, li Sentimento do Mundo, do Drummond. A escolha se deu por um motivo simples: FUVEST (sim, só deixei para ler agora).

O livro é curto e tem poemas sobre a sociedade, a guerra, o envelhecer… Tem alguns dos poemas mais famosos do Drummond, como “Sentimento do mundo” e “Os ombros suportam o mundo”. São poemas mais maduros e reflexivos.

Eu não sou muito fã de ler livros de poemas assim, tudo em seguida. Acho estranho, não me concentro e não consigo refletir sobre cada poema. Mas é o jeito e isso não acontece frequentemente, até porque continuo não gostando tanto de poesia. O livro tem poemas que me agradaram bastante (“Dentaduras duplas”), poemas que estão prontos para serem analisados na escola (“Mãos dadas” caiu em uma prova minha), poemas comuns, poemas que eu não entendi…

É essencial para quem quer conhecer Drummond, mas se o seu negócio não é poesia sua opinião provavelmente não vai mudar ao ler o livro.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

The Day Before, Lisa Schroeder

The Day Before

Many times
when I read a book,
I want to savor
each word,
each phrase,
each page,
loving the prose
so much,
I donʼt want it
to end.


Other times
the story pulls me in,
and I can hardly
read fast enough,
the details flying by,
some of them lost
because all that matters
is making sure
the character
is all right
when itʼs over.

                  (The Day Before, Lisa Schroeder)

Chegamos ao último mês do Desafio Literário de 2012! Apesar de já ter feito a minha lista para o Desafio do ano que vem, não estou muito segura para participar. O Desafio me trouxe grandes surpresas, mas também me ajudou a ter uma relação mais burocrática (e indesejável) com a leitura. Certas pessoas funcionam bem com isso, mas eu não.

Enfim, vamos a notícias felizes: esse livro foi uma dessas gratas surpresas. O tema é poesia e eu aproveitei para ler um dos romances em verso que eu tinha baixado há um tempo. Nunca tinha ouvido falar em romances em verso antes de conhecer os livros young adult, mas percebi que é até comum nesse gênero. O livro é formado por pequenos poemas que contam a história de Amber, uma jovem que decide passar um dia na praia sozinha, o dia anterior a algo importante, e lá conhece Cade, outro jovem sozinho e com problemas, precisando de diversão. O resto é parte spoiler, parte vocês podem imaginar…

A história é simples e típica de livros YA. Os segredos dos personagens são revelados aos poucos, de forma que quando você os descobre dá para ver tudo encaixado. E são dramas que têm sua razão, mas ao mesmo tempo não dá para não pensar “Mas o drama é só por isso?”, até porque algumas coisas parecem irreais e não explicadas. Como o livro foca na relação entre Amber e Cade, a vida deles antes não aparece de forma clara e os personagens não são tão desenvolvidos (mas ao mesmo tempo não posso dizer que não me importei com eles).

O fato do livro ser em versos me ajudou a entrar na leitura rapiddamente. Li em dois dias, morrendo de ansiedade para saber o que acontecia, quase como na segunda estrofe do trecho que eu selecionei. Ao mesmo tempo em que eu acho que foram os versos que me levaram para dentro do livro, eu não fiquei apaixonada pela narração em verso. Não sou de pegar sutilezas, mas não acho que se os versos se encadeassem em prosa mesmo o livro deixaria de fazer sentido (e é para isso que existe a prosa poética…). Sem contar com os clichês da tentativa de construções de imagens poéticas, tipo:

dropping
down,
down,
down

Podem me chamar de sem coração, mas acho isso meio babaca. Os versos para mim só ajudaram a leitura a ser rápida e consequentemente a me envolver. E atualmente um livro que me envolva é coisa rara, então, apesar dos defeitos, fico mais que satisfeita com The day before.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

AvóDezanove e o segredo do soviético, Ondjaki

AvóDezanove

Os mais-velhos fazem isso, é normal. Eu não gosto muito de ficar quieto, mas às vezes também me acontece. Ali, até foi bom, parecia um filme que não podia continuar a ser passado, os coveiros ficaram lá longe mas pararam de cavar e fizeram silêncio, as árvores abanaram mais devagarinho e um barulho no céu era feito por pássaros que vieram aterrar nessas árvores quietas, árvores muito antigas, porque também os cemitérios, todo mundo sabe, são lugares muito antigos, é que “já morreu muita gente neste mundo”, como diz a AvóCatarina, o céu estava todo azulindo e quase sem nuvens, mesmo essas poucas também paradinhas, só o cabelo da AvóNhé mexia um bocadinho a fingir que ia voar.

(AvóDezanove e o segredo do soviético, p. 80)

Minha leitura de novembro para o Desafio Literário foi AvóDezanove e o segredo do soviético, do Ondjaki. Minha irmã tinha comprado esse livro e outros de autores africanos de língua portuguesa faz um tempo e decidi começar a lê-los pelo que parecia mais fácil.

O livro conta a história dos morados da PraiaDoBispo, em Luanda. Os soviéticos trabalham na construção de um mausoléu que irá abrigar o corpo do ex-presidente AgostinhoNeto e irá mudar a vida dos moradores da praia. Nesse cenário, um garoto, o narrador, vive suas aventuras junto com seu fiel amigo 3,14 (o Pinduca, Pi) e na presença do maluco EspumaDoMar, do VendedorDeGasolina…

É um enredo simples, é a narração da vida de uma criança, mas ao mesmo tempo o contexto por trás é complexo. Apesar de o livro ser indicado como infanto-juvenil, eu não o indicaria para crianças… Eu ficaria bem perdida na parte histórica.

Não sei se é pelo fato de eu ter lido o livro no fim da minha vida escolar, mas o livro me envolveu e deu uma saudades da infância… Identifiquei o medo dos meninos de perderem a sua PraiaDoBispo com o meu medo de sair da escola, a minha PraiaDoBispo, lugar onde eu praticamente passei toda a minha vida e que me passa segurança.

No final do livro, há uma carta do Ondjaki para a escritora Ana Paula Tavares em que ele diz: “me invade aquela ternura branda – quase triste – que não sei explicar nem aceitar. o fim dos livros tem esta coisa de fazer abandonar o lugar que vivenciei para o escrever”. Essa ternura também foi sentida por mim ao terminar de ler o livro. Me senti triste abandonando a PraiaDoBispo e seus carismáticos moradores. Já via o cenário como meu, parecia que eu era íntima dos moradores…

Como eu disse, a leitura foi envolvente. Envolvente e rápida. O livro é curto e a narração é fluida, gostosa de ler. O português angolano não oferece grandes dificuldades e torna a própria narração mais interessante. Há um glossário no final, mas a graça é entender o vocabulário pelo contexto mesmo.

Enfim, acho que deu para entender que eu adorei o livro. Pretendo ler mais livros do Ondjaki assim que for possível. Só não recomendo o livro para quem não gosta muito de narradores infantis (e digo uma coisa – você não sabe o que está perdendo em desprezá-los!).

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Frango com Ameixas, Marjane Satrapi

Frango com Ameixas

Minha quarta (e última!) leitura do Desafio nesse mês foi Frango com ameixas, da Marjane Satrapi. O motivo para a leitura foi que minha irmã alugou na biblioteca, mas eu já estava com curiosidade de ler algo da Marjane além de Persépolis, então foi uma boa opção.

O livro conta a história do tio-avô de Marjane, um músico que tem o seu tar (instrumento musical iraniano) quebrado e decide morrer. Esperando a morte, deitado em sua cama, ele reflete sobre sua vida.

A história pode parecer simples, mas é carregada de reflexão. Não dá para não se relacionar de alguma forma com os acontecimentos. E o jeito que a autora narra, com a mistura de humor e melancolia temperada por seus simples e estilosos desenhos, não deixa a história ser só uma história.

A leitura é rápida e o final é incrível. É uma revelação bem óbvia, mas só no último capítulo que realmente entendi sobre o que é a história.

Em comparação com Persépolis, esse livro não tem tantos fatos históricos, mas por se passar no Irã as diferenças culturais obviamente são percebidas. Por ser curto e menos focado na parte histórica, não é nada cansativo (o que para mim é o defeito de Persepólis).

Enfim, esse livro foi uma surpresa. Sabia que ia gostar, mas não tanto. Fica a dica para quem quer ler uma graphic novel rápida e impactante.

Frango com Ameixas

(esse mês eu praticamente só mandei bem nas leituras. Graphic novels são minha nova paixão!)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Daytripper, Fábio Moon e Gabriel Bá

Daytripper

Minha terceira leitura para o Desafio foi Daytripper. Comprei na promoção junto com Retalhos e finalmente tirei o livro do armário. A promoção foi uma ótima desculpa, porque eu tinha curiosidade em ler essas graphic novels, mas ao mesmo tempo não tinha certeza se iria gostar (e são muito caras para simplesmente não gostar!). Felizmente, o dinheiro foi bem gasto. Daytripper foi basicamente o que eu esperava: uma ótima graphic novel.

A história é sobre Brás de Oliva Domingos, que escreve obituários e sonha em virar um grande escritor. Não tem muito o que falar sem estragar a história, o importante é que, por mais que pareça confuso nos primeiros capítulos, logo se entende a lógica.

A estrutura do livro é muito bem pensada e faz uma história comum não se tornar tão comum assim. O fato dos autores serem brasileiros e da história se passar no Brasil é um ponto positivo, pois traz familiaridade. É impossível não ficar feliz em reconhecer os cenários paulistanos.

Apesar de eu não gostar muito do traço dos autores nesse livro, é só uma questão de gosto, acho que é o estilo que se encaixa na história e a arte é muito bem-feita.

Como a leitura acabou sendo meio pausada, perdeu parte do entendimento. Eu entrei na história rapidamente, mas acabei demorando para ler o final e ao ler as últimas páginas já não vi tanto sentido, não sei se entendi… Mas mesmo assim não deixei de ficar triste por terminar de acompanhar a vida (ou as vidas?) de Brás.

Enfim, assim como Retalhos, não sei se o livro vai agradar a todos e talvez não deva ser lido em qualquer momento. Mas quem gosta de algo mais reflexivo pode ler sem medo.

Ilustração

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Retalhos, Craig Thompson

Retalhos

Minha segunda leitura para o Desafio deste mês foi Retalhos. Eu sempre ouvi falarem bem do livro e o traço do autor me encantou, então comprei numa promoção da Fnac no ano passado e guardei para lê-lo no Desafio Literário.

O livro é basicamente uma auto-biografia do autor, Craig Thompson. Ele conta como foi a sua infância em uma pequena cidade americana com sua família, muito ligada à religião, sua adolescência, em que conhece Raina e se apaixona, e o início de sua vida adulta.

É um enredo simples, mas que me prendeu completamente. Não sei se foi por ser narrado em quadrinhos, se foi por eu, em parte, me identificar com Craig, se foi pela história em si com as reflexões que são proporcionadas por ela… Provavelmente foi por tudo isso. O fato é que eu realmente não queria largar o livro. Se teve um livro que eu não queria que terminasse, é esse.

O desenho serve muito bem completando a história e facilita, ao meu ver, a empatia pelo livro. Se o livro não fosse em quadrinhos, tenho as minhas dúvidas até se teria simpatia por Craig. É incrível como o autor consegue mostrar tão bem sua história e seus sentimentos e passá-los para o leitor. No fim, fiquei morrendo de vontade de conhecer a neve, tão significativa para a história.

Como vocês devem ter percebido, minha relação com o livro foi bem subjetiva… Não acho que o livro vai agradar todo o mundo, mas fica a recomendação.

Quadrinho

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Fagin, o Judeu, Will Eisner

Fagin, o Judeu

A primeira leitura do Desafio desse mês foi Fagin, o Judeu, do Will Eisner. Não foi uma leitura planejada, minha irmã pegou o livro na biblioteca e eu não vi motivo para não ler.

O livro tenta dar uma nova visão à vida de Fagin, o vilão de Oliver Twist. Mostra a sua vida desde o início e todo o preconceito que ele teria sofrido por ser judeu, até chegar nos acontecimentos de Oliver Twist.

É um livro curto, li em mais ou menos uma hora e valeu a pena, mas achei o livro bem corrido. A parte da história de Fagin que foi narrada no livro de Dickens está bem condensada na graphic novel e, na minha opinião, confusa. Se eu não tivesse lido a obra original, teria achado o livro mais confuso ainda.

Gostei da arte, até porque não estou acostumada com pinturas detalhadas em quadrinhos, em geral é tudo em preto e branco. Os tons de marrom fazem a diferença.

Enfim, é uma leitura que não me marcou, mas foi um bom entretenimento. Acho que por ser em quadrinhos foi muito mais fácil me envolver com a história.

sábado, 29 de setembro de 2012

A Cabana, William P. Young

A Cabana

Minha segunda leitura do Desafio Literário de agosto foi A cabana. A minha intenção não era para lê-lo exatamente para o Desafio, mas como o tema encaixou e senti falta de mitologia cristã na lista das pessoas (como se mitologia só fosse algo que com certeza não existisse, modelos superados para a maior parte das pessoas de hoje), decidi resenhá-lo também.

Primeiramente, gostaria de dizer que não entendo nada de religião. Não acredito em Deus, não sei as grandes diferenças entre as religiões cristãs… Então se eu falar uma grande besteira, ignorem (ou me avisem!). E se você for uma pessoa que se ofende facilmente, não recomendo que leia a resenha.

Li A cabana porque minha tia me emprestou. Eu até tinha curiosidade de ler o livro, mas num sentido mais “vou-ler-para-falar-mal”. No entanto, até que me surpreendi com a leitura.

O livro conta a história de Mackenzie, um homem que passa por grandes conflitos religiosos. Um dia, ele recebe um bilhete, assinado por “Papai”, dizendo para ir à cabana, lugar onde sua filha fora assassinada. Sem saber se é uma piada ou se é mesmo Deus, ele vai e lá vive uma forte jornada espiritual.

O início do livro parece um suspense/romance policial genérico, o que pode causar uma impressão falsa em algum leitor desavisado. O meio e o fim são auto-ajuda, uma conversa com Deus, Jesus e Espírito Santo, meio entediantes, mas de fácil leitura.

O que me surpreendeu na leitura foi a visão de Deus. Encontrei um Deus com quem quase simpatizei. Gostei do fato de ele ser contra religião e a Igreja como instituição. É um Deus que só quer amor, não um grande tirano que muitas religiões pregam indiretamente que ele seja. Inclusive, por ser um Deus mais livre, muita gente mais religiosa pode se sentir ofendida. No final, se não entendi ou não concordei com grande parte do conteúdo, faz parte também. Não esperava ler um livro e sair acreditando em Deus por causa dele.

Literariamente, é um livro bem pobre. Mackenzie é bem repetitivo nas suas falas, a escrita é simples, a história não se desenvolve. Mas não é para ser um grande livro de ficção, uma aventura, e sim algo mais reflexivo mesmo.

Enfim, recomendo apenas para pessoas com uma mente mais aberta mesmo. O livro pode ofender gente mais religiosa e irritar gente sem fé alguma.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fábulas e Lendas Japonesas

Fábulas e Lendas Japonesas

Li Fábulas e Lendas Japonesas para o Desafio Literário de setembro, cujo tema é mitologia. Escolhi porque já o tinha em casa e, honestamente, o tema não me chamou atenção a ponto de buscar por novidades. Além disso, queria conhecer mesmo mais histórias tradicionais do Japão.

Como o título sugere, o livro traz fábulas e lendas japonesas. Algumas são bem conhecidas, como Urashima-tarô e outras nem tanto, assim como algumas trazem elementos obviamente japoneses e outras são mais genéricas.

Em comum, todas têm uma moral clara. Normalmente, ensinam que devemos sempre fazer o bem, que quem faz o bem é recompensado e que você sempre poderá ser perdoado se tiver boas intenções no futuro. São morais ótimas e realmente valem como moral, mas na leitura do todo, acaba ficando irreal e repetitivo. É claro que as fábulas não devem ser contadas todas de uma vez nem nada do tipo e talvez seja por isso que a repetição me incomodou. Ler as histórias seguidas acabou me irritando. São muitos homens bons e pobres que fazem algo bom e são recompensados, virando ricos (em uma história, o homem inclusive passa a ter lacaios!).

Mesmo com a repetição, o livro vale para conhecer mais a cultura japonesa e refletir sobre seus elementos e também pelas belas ilustrações.

P1030097 (me desculpem pela péssima qualidade da foto)

Recomendo para interessados em conhecer as histórias japonesas mais clássicas.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Still Waters, Emma Carlson Berne

Still Waters

Eu achei que não ia mais me atrasar com o Desafio Literário… Mas me enganei. A minha intenção inicial era ler O Iluminado para o mês de terror, mas ele estava alugado na biblioteca que eu ia, portanto tive que recorrer para um livro emergência, um que eu baixei só pela sinopse.

A premissa lembra vagamente a de O Iluminado: um casal vai numa casa abandonada e o homem começa a pirar. Só que este livro é YA, portanto adicione à premissa o fato do cara ser lindo e incrível e “oh-meu-deus-como-ele-tão-popular-pode-gostar-de-mim-pobrezinha-nerd?” e a namorada Hannah não consegue dizer ao seu maravilhoso namorado que o ama. Ou seja, de terror o livro não tem quase nada. E a parte não de terror também não convence, basicamente porque Hannah é mais tapada que Bella Swan.

Aqui temos os fatos: Hannah descobre que a família de Colin, o namorado, tinha uma casa no interior (preste atenção no tempo verbal: TINHA. Nem Colin lembra mais direito da casa). Ela tem uma brilhante ideia: por que não viajar com o namorado para essa casa, da qual ela não faz a mínima ideia do estado, sem saber mesmo se ela ainda está de pé? Então o casal (Colin ainda não sabe para onde vai, já que Hannah acha que a surpresa irá deixá-lo muito mais feliz) parte com umas roupas, um mapa decadente e quase nenhum alimento. Genial, não? Nossa querida protagonista acha que uma casa abandonada vai ter comida e eletricidade! Aí as coisas estranhas começam a acontecer, até chegar num clímax fraco e numa resolução mais fraca ainda e completamente sem graça.

Os pontos positivos? Não é especialmente mal escrito, a leitura até que flui, principalmente no meio, e, bom, eu até achei interessante o conflito não-consigo-dizer-eu-te-amo-mas-eu-te-amo. O problema é que eu realmente não consegui engolir a premissa.Talvez verdadeiros fãs de YA se interessem mais. E eu fico devendo algo que dê medo de verdade e continuo querendo conhecer Stephen King.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Leite Derramado, Chico Buarque

Leite Derramado Eu tinha interesse em ler Leite derramado desde que o livro foi lançado e saiu toda a discussão sobre ele. Muitos amaram, muitos odiaram e eu, que nunca liguei muito para Chico Buarque (gosto das músicas, mas não sou chicólatra, sabem?), quis ter a minha própria opinião. Meu pai ganhou o livro de aniversário e leu. Depois a minha irmã leu também e ele ficou eternamente na minha fila. Porque, honestamente, eu tenho medo de alguns livros mais difíceis e sérios. E se eu fosse burra demais para entender? Aí surgiu o Desafio Literário e com ele veio a oportunidade perfeita para eu ler o livro que há tanto tempo tinha curiosidade de ler.

Leite derramado é sobre Eulálio, ou melhor, de Eulálio, um senhor centenário no leito de hospital. O livro é sua conversa com quem estivesse interessado em ouvir — sua filha, as enfermeiras… Ele conta sobre a decadência de sua família, o seu passado, como conheceu sua mulher, e aos poucos as memórias vão se confundindo, se repetindo, mostrando a deterioração da mente de Eulálio.

É um livro curto, contado em um tom oral muito agradável de ler. Uma leitura rápida, mas com profundidade. Eulálio, em certos pontos, me lembra Brás Cubas (mas não, eu não estou comparando Chico com Machado no sentido de qualidade): eles deveriam ser medalhões, são de famílias importantes e vivem numa sociedade em que o nome importa muito. Mas as coisas mudam, e vemos então a decadência de Eulálio e de sua família. Seu nome não importa mais.

Além da bem construída visão histórica do Brasil, outro ponto positivo é a construção das memórias de Eulálio. Confusas, repetitivas, contraditórias, assim como devem ser as memórias de um homem tão velho. Algumas pessoas se incomodaram de nunca saber a versão real do que aconteceu, mas para mim isso é bom: de acordo com o que Eulálio nos diz podemos tirar as nossas próprias conclusões. Sem certezas, mas a vida não é feita de certezas.

O meu único problema com o livro é que ele foi esquecível para mim. Uma ótima leitura, mas não me marcou. Ainda assim, por esse livro, Chico é sim um bom escritor.

sábado, 30 de junho de 2012

Before I Fall, Lauren Oliver

Before I Fall

Quando eu vi que o tema de junho era viagem no tempo, fiquei desanimada. Gosto de ficção científica, mas não o suficiente para ter que correr atrás de um livro (ou melhor, adoro distopias, mas não conheço ficção científica mais “típica”). Mas aí pensei: viagem no tempo não precisa ser necessariamente para outra época. Pode ser voltar sempre para o mesmo dia. Esse livro, então, se encaixou no tema.

Before I Fall é sobre Samantha, uma típica garota popular, com sua turminha de amigas, um namorado lindo… Não hesita em zoar os outros, matar aula… O mundo é só diversão. Até que ela sofre um acidente do carro e morre. E o dia seguinte é o dia da sua morte, assim como o próximo, e o outro… Samantha tem a chance de mudar as coisas, mas será que consegue?

No início, parece que o livro vai ser cansativo. Samantha demora para perceber que está fadada a viver o mesmo dia e comete os mesmo erros de novo, e de novo… Mas algo me fez continuar querendo ler, na esperança do que iria mudar. E essa curiosidade me fez não querer largar o livro.

Samantha é uma personagem muito bem desenvolvida. Ela começa como uma menina malvada, mas aos poucos vai aprendendo a fazer a coisa certa (embora a burrice dela às vezes tenha enchido o saco, quando ela sabe que tem que mudar as coisas mas tenta mudar do jeito errado, achando que vai ajudar). A sua relação com os outros personagens, como sua irmã e Lindsay, é extremamente real. Sim, você sabe que ela e as amigas são más. Mas elas não são só isso. Os seus problemas não são apenas ter borrado a maquiagem ou o cara não ter ligado. Há profundidade nos personagens.

O único problema do livro é o tom de auto-ajuda. Há uma grande lição, principalmente sobre bullying, que é passada de forma explícita. Eu não consigo entender esse hábito de achar que leitor de YA não consegue tirar suas próprias conclusões (ok, eu entendo. Mas discordo!). Nesse caso eu até entendo, a Sam tinha que mostrar que mudou e o que aprendeu, já que a narração é em primeira pessoa. Mesmo assim ficou uma história lição-de-vida demais. Não que eu discorde da lição, só achei muito explícito…

Apesar disso, adorei o livro. É desses que você não quer largar e mostra que YA não é só futilidade.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Extremely Loud & Incredibly Close, Jonathan Safran Foer

Extremely Loud and Incredibly Close

Novamente (e pelo que espero que seja a última vez) a resenha do Desafio Literário vem atrasada. O livro é Extremely loud & incredibly close, do Jonathan Safran Foer.

Eu não lembro de onde veio a vontade de ler esse livro, mas tenho a impressão de que veio pela capa. Estava passando na Livraria Cultura na parte de livros em inglês e gostei bastante da capa (como quase de todas as capas de livros em inglês…), da sinopse e tal. Aí dei esse livro e Everything is illuminated, do mesmo autor, para a minha irmã de aniversário (e saiu muito barato, menos de quarenta reais pelos dois). Minha irmã leu, adorou os dois, mas o fato dos livros serem em inglês me dava muita preguiça. Até que o Desafio Literário me deu um empurrão para lê-lo.

Bom, o livro é sobre Oskar, um garoto de nove anos cujo pai morreu no 11 de setembro. O menino acha uma chave nos pertences do pai um dia e quer descobrir o que ela abre, numa busca para se aproximar da memória de seu pai. Temos também a trágica história dos avós de Oskar, que envolve a segunda guerra mundial.

Comecei o livro com altas expectativas (daquelas que você não quer ter para não se decepcionar, mas também não pode evitar), e não saí desapontada. Tá, talvez um pouquinho. A leitura começou bem, acabou ficando parada lá pelo meio devido à falta de tempo, e terminou emocionante.

Mas emocionante não pelo motivo que eu esperava. Eu não sabia que a história ia tratar dos avós de Oskar, e foi essa parte que me emocionou mais (apesar da minha parte chata continuar gritando que a história deles é extremamente irreal. Extremamente irreal e incrivelmente tocante, então tudo bem). A história do Oskar em si, não sei, achei mais chatinha. A narração dele chegou a me irritar em alguns momentos, com a repetição de expressões, por exemplo. O estranho é que eu sempre gostei de livros narrados por crianças (como Quarto). Talvez o que tenha me deixado cansada dessa narração foi ter lido The perks of being a wallflower ao mesmo tempo. Dois livros sobre jovens problemáticos acabaram sendo demais juntos.

Enfim, o livro é muito bom e eu só não recomendo para quem não tiver paciência com narradores infantis. Pretendo ler Everything is illuminated assim que possível.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Meninos Sem Pátria, Luiz Puntel

Meninos sem Pátria Maio, mês dos fatos históricos. Admito que, diferente da maioria das pessoas, não ligo tanto para esse tema. Gosto mais de literatura contemporânea, e de preferência com cenários atuais. O que não significa que eu não ligue para temas históricos, mas enfim…

O primeiro livro que eu terminei este mês foi Meninos sem pátria. Sim, um livro da coleção Vaga-lume. Ele sempre esteve em casa e eu — não sei bem o motivo — nunca havia o lido. Aproveitando o tema do mês, decidi lê-lo.

O livro conta a história de Marcão, filho de um jornalista perseguido por questões políticas. Nos tempos de ditadura, Marcão e sua família tem que ir para o Chile e, devido ao golpe militar chileno, para a França. Lá eles continuam com suas vidas: Marcão tem que ir para a escola, fazer novos amigos, o pai tem que trabalhar… O que se perde da pátria nessa vida de exílio?

É uma leitura rápida e bonitinha para quem já passou da idade. Um livro típico da coleção Vaga-lume, uma história simples, com um pano de fundo histórico interessante e educativa. Beeeeem educativa. Sim, é óbvio que uma história sobre a ditadura tem que ser educativa. Em algum ponto. Não precisa ficar escancarando dados sobre o Brasil por aí, como se fossem realmente parte da história… Isso deve ser bom para uma criança, aprender de uma forma divertida, mas para quem já sabe acaba ficando meio irritante.

Portanto, Meninos sem pátria é um bom livro infanto-juvenil. Não me chamou especial atenção e muito menos me emocionou, mas posso ser exceção.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Entre Assassinatos, Aravind Adiga

Entre Assassinatos

Ao subir o Morro do Farol naquele dia, fazendo força para levar o carrinho pela ladeira, Chenayya não sentiu a exultação de sempre. Não estou realmente avançando, pensou. Cada volta da roda o desfazia e o freava. A cada pedalada estava fazendo a roda da vida girar para trás, esmagando músculos e fibras, transformando-os na polpa de que eram feitos no útero de sua mãe; Chenayya estava se desfazendo.

(Entre assassinatos, p. 188)

Entre assassinatos é a minha segunda resenha do mês passado, de autores orientais. Pelo visto, estou me acostumando a deixar tudo atrasado, porque com o tema de fatos históricos talvez não seja diferente. Na verdade, eu terminei de ler Entre assassinatos há um bom tempo, mas só tive saco/tempo para escrever a resenha agora.

O livro é formado por quatorze histórias que se passam no mesmo cenário: a cidade fictícia de Kittur. Aos poucos, vamos sendo apresentados aos principais elementos da cidade, como o Morro do Farol, o Angel Talkies… Apesar da cidade ser fictícia, ela se localiza na Índia, portanto há diversos elementos culturais do livro.

A visão do livro sobre a Índia é a de um país problemático, corrupto, cheio de desigualdade social (as castas que o digam)… Em certos aspectos lembra bastante a visão que muita gente tem do Brasil. O estilo do autor é sarcástico e mordaz, assim como no livro que eu já tinha lido dele, O Tigre Branco.

No início, eu demorei para entender um pouco as diferenças culturais da Índia em relação à diversidade cultural e religiosa, então eu demorei para pegar o “espírito” das histórias. Mas eu acabei me acostumando e apreciando mais conforme eu lia.

Enfim, recomendo o livro para quem quer uma visão desromantizada da Índia.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

O Perfume, Patrick Süskind

O Perfume

É quase um mês atrasada que terminei de ler O Perfume para o Desafio Literário. Esse atraso se deu por diversos motivos: eu li pelo computador, estava cheia de coisas para fazer e também por um certo desânimo…

Como a história é bem conhecida e estou com preguiça, não vou fazer uma descrição do enredo.

O livro tinha tudo para dar certo: um personagem extremamente peculiar e interessante, um pano de fundo histórico bem construído, um narrador bem humorado (o início do livro, contando o nascimento do Grenouille, é genial e tem tons de Oliver Twist)… Mas o livro não me cativou. Admito que não estava no humor para o livro, cheio de descrições e com poucos diálogos. E quando você fica bastante tempo sem ler, acaba perdendo o ânimo… Terminei de ler por obrigação mesmo. Quem sabe no futuro eu releia no humor certo. Ou não.

De qualquer forma, é um livro muito bom sim e eu recomendo. Deve ser lido no momento certo.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Não Me Abandone Jamais, Kazuo Ishiguro

Não Me Abandone Jamais Eu ainda nem terminei a leitura do Desafio do mês passado, mas já li o livro desse mês, de literatura oriental.

Bom, apesar de não ser grande conhecedora, tenho interesse por literatura oriental, principalmente japonesa. Posso não ter lido quase nada, mas sei o nome dos principais autores e tal. Então já tinha várias opções em mente e acabei escolhendo Não me abandone jamais, do Kazuo Ishiguro.

O livro me chamou a atenção pela sinopse e o enredo de ficção científica, que entra em confronto com o título romântico.

Não tem muito para falar da história sem estragar o mistério, que aliás já é estragado na maioria das sinopses sobre o filme… O que sabemos logo ao começar a ler é que Kathy, a narradora do livro, vai ser doadora, após anos sendo uma boa cuidadora. Com isso, ela começa a lembrar de sua vida, da sua adolescência no internato Hailsham, com seus amigos Tommy e Ruth…

Na verdade, o livro não tem tanta história assim. É mais parado, são as memórias de Kathy contadas em tom de conversa, informal, o que pode irritar alguns e ser meio cansativo, mas eu achei o vocabulário bem escolhido e me parece ter tido uma boa tradução.

A leitura foi bem rápida para os meus padrões. Demorei mais de uma semana, mas só devo ter pego o livro uns cinco dias… Ou seja, eu me interessei bastante. Como os eventos são meio banais, às vezes cansava ler sobre mais uma briga de Kathy e Ruth, mas sempre dava vontade de ler mais um capítulo, até porque em geral os acontecimentos são citados, mas não explicados, nos fins dos capítulos (o que eu acho sacanagem, mas funcionou para mim).

Apesar de parecer pela minha resenha que o livro é sobre nada, apenas sobre o cotidiano dos amigos, há, claro, um tom filosófico e uma grande discussão por trás da história. Eu não achei tão brilhante assim, mas é de fato o que te faz pensar que valeu a pena ter lido o livro.

Assim, a leitura para mim foi proveitosa, principalmente em termos de prazer. Mas para muitas pessoas, o livro é chato e entediante, enquanto outras são completamente apaixonadas… Recomendo para quem gosta de livros que tragam grandes reflexões sobre a condição humana (por mais pretensioso que isso possa soar). E, caso alguém tenha preconceitos contra literatura oriental, esse livro não traz quase nenhum elemento cultural japonês. A história se passa na Inglaterra e o livro foi escrito em inglês, porque o autor apenas nasceu no Japão, mudando-se para a Inglaterra na infância.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Lolita, Vladimir Nabokov

Lolita

Minha última (e terminada nos 44 minutos do segundo tempo) leitura do desafio de fevereiro foi Lolita.

Eu sempre tive curiosidade em ler esse livro, curiosidade ressaltada ao ver o filme de 1962. Finalmente o Desafio Literário me deu a oportunidade perfeita para lê-lo.

A história é conhecida pela maioria das pessoas, mas aqui vai um resumo: Humbert Humbert, um homem de meia-idade cínico, se apaixona por Dolores, a Lolita, uma garota de doze anos ingênua e sedutora. Só que as coisas não são tão simples; Humbert deseja perversamente poder consumar o seu amor. E a partir daí seus planos se desenvolvem…

Bom, Lolita é um livro polêmico, afinal, é a voz de um pedófilo. E é justamente a narração que faz o livro ser tão bom. Como lidar com a visão de um criminoso que sabe que é criminoso?

Mesmo gostando bastante da premissa e amando o começo, o livro acabou me cansando. As viagens se tornam repetitivas, as reflexões do narrador cansam… E a quantidade de francês também (editoras, não tem nada de errado em colocar notas de tradução!).

Eu recomendo o livro para quem não for fraco. E quero relê-lo várias vezes. É o tipo de livro que sempre vai ter mais para entender.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sr. Ardiloso Cortês, Derek Landy

Sr Ardiloso Cortês

Minha segunda leitura de fevereiro foi Sr. Ardiloso Cortês, do Derek Landy. Escolhi esse livro porque uma amiga minha me empresou faz um tempão e eu ainda não tinha lido.

É difícil falar da história sem contar demais, então só vou dizer que é sobre uma menina, Stephanie. O tio dela morre e ela conhece o Sr. Ardiloso Cortês, um esqueleto detetive que a apresenta a um mundo de magia. História clichê e tal.

Bom, realmente é uma história clichê, típica de livro de fantasia, com personagens em que não se pode confiar, objetos perdidos, vilões presunçosos e várias continuações.

O ponto alto do livro é o humor. O Ardiloso Cortês é um personagem um tanto excêntrico que dá a graça (e o título) ao livro. Já o ponto baixo, além da falta de criatividade no enredo, é a quantidade de ação. Tem muita cena de luta! E eu, a pobre garota que não gosta de muita ação, nem consigo imaginar as lutas na minha cabeça…

A resenha é curta porque não tem muito o que aprofundar. Se você gosta de livros de aventura e fantasia, eu recomendo. Não é um livro comum do gênero, ele se diferencia dos outros sim. Eu só achava que seria mais diferente, não muito focado em magia, daí o meu desânimo.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Penelope, Marilyn Kaye

Penelope Minha primeira leitura do DL de fevereiro foi Penelope, da Marilyn Kaye. Tenho curiosidade a respeito desse livro desde o DL do ano retrasado, em que houve um tema sobre contos de fada. Muita gente leu e falou bem, aí eu naturalmente me interessei. Nunca tinha ouvido falar do filme nem nada (e não sei se pretendo assisti-lo).

O livro é sobre Penelope, uma jovem de vinte e tantos anos que tem um pequeno problema: um focinho de porco no lugar do nariz. Um antepassado seu fora amaldiçoado por uma bruxa, e Penelope só poderia se livrar do seu focinho quando alguém da sua classe social a amasse pelo que ela é (oi, A Bela e a Fera!). Ela sempre viveu trancada em casa, entrevistando nobres que tinham interesse pelo casamento (mas que se assustavam ao vê-la), até que conhece Max. E sua vida muda, de um jeito inesperado.

É uma história fofinha, bem conto de fadas mesmo. Foi uma leitura rápida e divertida, apesar de nada original. Enfim, é um livro juvenil bonitinho, mas pode ser meio sem graça para gente crescida… (essa resenha está pouco inspirada, mas levem em conta que, apesar de eu ter gostado, o livro realmente não me inspirou muito. Bonitinho mas ordinário)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ano novo, vida nova?

Faz um tempo que eu queria começar a postar mais no blog. Afinal, já descobri que não levo muito jeito para escrever resenhas de livros e não queria manter o blog só pelo Desafio Literário. Então, como gosto de ler blogs mais pessoais (de um jeito meio stalker, é verdade), pensei em começar com posts mais pessoais também. Enfim, começando com uma coisa simples: resoluções de ano novo (já no meio de janeiro, mas... ainda acho válido).
Não sou uma pessoa muito sentimental com anos novos, ou pelo menos não era. Conforme os anos passam, me vejo com vontade de mudar radicalmente, como se a passagem de ano fosse mudar toda a minha vida em um piscar de olhos. Isso não acontece, é claro. O ano novo chega, eu continuo com cara de idiota, sem saber se devo abraçar meus pais e gritar "feliz ano novo" ou continuar lá, só tentando olhar os míseros fogos da vizinhança pela janela.
Ainda assim, gosto de resoluções de ano novo. Nada muito radical, é claro. Só não consigo resistir a listas... Vamos lá:
1- Melhorar o blog. Isso inclui postar mais e torná-lo mais popular (HAHAHA, começando com coisas impossíveis).
2- Aumentar ritmo de leitura. Admito que ano passado não li tão pouco, mas quero ler mais. A lista de livros que não li de casa está enorme.
3- Assistir mais séries e animes. A primeira parte é meio difícil: é difícil achar séries legais para ver na TV e conseguir acompanhá-las e assistir online também é um saco. Mas sempre que vejo episódios soltos de algum seriado fico com vontade de acompanhá-lo. A segunda parte é mais fácil, já que animes são mais curtos, tanta na duração de um episódio quanto na da série inteira. Não sei se tenho paciência para ver várias temporadas de vinte episódios...
4- Prestar mais atenção em música. Isso significa não deixar a música só como pano de fundo, me importar mais com as letras, pesquisar mais bandas, ir a mais shows... E terminar de selecionar as melhores músicas para entrar no meu iPod.
5- Responder as 5000 questões sobre mim. Parece inútil, mas pode ajudar em algumas coisas. Imagina que legal daqui a dez anos eu ler algumas das respostas e ver como eu mudei?
6- Emagrecer um pouco, ou pelo menos ter uma vida mais saudável, comer melhor e menos e fazer mais exercícios. Pouco possível de ser conseguida, só perde na improbabilidade para...
7- Ser mais inconsequente. Parar de se importar tanto com tudo (e isso inclui toda essa lista), se divertir mais, sair mais, fazer mais amigos (que a solidão aqui tá ruim, viu), parar de pensar no que os outros estão pensando... Enfim, não ter medo de ser feliz. Só que o meu segundo nome é arrependimento. Então isso não vai ser fácil. E essa resolução para de fazer sentido, totalmente contraditória com o resto da lista.
No final do ano, vamos ver o que mudou. Provavelmente nada. E eu me importo com isso?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Clube das Chocólatras, Carole Matthews

O Clube das Chocólatras A minha primeira leitura do Desafio Literário de 2012 foi O Clube das Chocólatras, da Carole Matthews. Foi uma escolha óbvia: esse livro me interessava justamente por ser sobre a melhor comida. Chocolate.

O livro é sobre quatro mulheres que formam o clube das chocólatras. Apesar de diferentes, elas se unem por causa do gosto, ou melhor, vício, que todas têm. Temos Lucy, Nadia, Autumn e Chantal e seus respectivos problemas. Lucy narra as suas partes no livro, mas temos também partes narradas em terceira pessoa sobre as outras. Eu não entendi a razão de só Lucy ter sua voz… Talvez porque ela seja a única que não tenha um problema sério e assim realmente é a típica protagonista de chick-lit: estabanada, vários homens a desejam e pronta para cometer um monte de burrices, que, em teoria, deveriam ser engraçadas. Mas, geralmente, não são.

Apesar disso, eu gostei do livro. É um chick-lit agradável, divertido, previsível e trata bem de diversos assuntos, alguns sérios até. Porém, faltou o chocolate. Eu, diferente de muita gente, não fiquei com vontade de comer chocolate durante a leitura. O doce era citado toda a hora: aí, sei lá quem comeu uma barra da marca X e blablablá, mas só isso. Não sei porque, mas a abordagem sobre o chocolate não me agradou. Talvez eu não seja uma chocólatra… Enfim, é um bom livro para fãs de chick-lit. E só.